Simplesmente
por não saber o que escutar neste profundo silêncio
Um nó
perfeito que não desata a não ser por uma imperfeição.
Escuto um
pedaço de voz caindo ligeiramente.
Há passos
em falso pelo meio,
Mas nada
como a tua voz.
Intensamente,
estudo o inverso do ser
Numa
equação pronta a ser desvendada.
Não enxergo
o que os meus olhos vêem.
Por estar
friamente enamorada.
Sou um
pulso que de gelo derreteu,
Uma vida
obscura e entornada.
Um olhar,
de relance você me deu
Abrigando
nova vida, espalhada.
Não escuto
o que os olhos da noite me dizem
Pois ando
por aí, embasbacada...
Surdo e
mudo o inverno anuncia despedida.
Da minha
alma, pesada e afogada.
Viajo por
medo,
Viajo então
Nas sombras
de um desejo.
Meus passos
neste chão.
Carrego uma
mala
De tão espessa
não falha,
Não roda,
não anda, não se pode levantar
acumula,
toda esta terra vida
Exagerada.
Penso em ti
como se nada houvesse
No entanto,
um suspenso acorde me ressoa
Distante,
próximo como o vento,
Fechado
como um container
Um navio à
deriva
Imagens...
Não posso
passar de sentimento
Este acorde
tem tom de menor.
Divaga, bem
perdido, o pensamento
Num feixe
de notas de cor.
Estendo-me
para dizer
É o amor!
De ver e
não ver, de sentir e de nada valer a vida real.
É a dor,
Surpreendendo-me
feliz,
Fingindo
sobrepujança
“um poeta é
um fingidor”
Escancara a
porta pra te receber
Com a dor
que deveras sente.
Um diálogo
palpitante
Parece
despertar em mim.
Uma
contradição que explode como semente
Estilhaça-os
todos!
Quem?
Os
pensamentos?
Os segundos
atribulados?
Um passo
antes de um fim.
Ousei
terminar assim!
Não posso
comigo mesma...
Fingirei
que não sou nada,
Não posso
ser nada,
Apesar de
ter, ser,
você do
outro lado,
eu a te
mirar
um futuro
enquadrado, eu
em um
segundo, completo, reinar.