domingo, 17 de novembro de 2013

Laranja

Sensação de não pertencimento
Paciente sentido obscuro
Diante do sol poente
Fecho os olhos para o infinito de mim.

Tudo o que vejo a volta
são olhos desvirtuados
Sentidos canalizados
Num mar de puro cetim

Sou ânsia, desejo e vontade
Desequilibrando numa pedra fria.
Um tempo escorrente
apontando para o alcance de uma nuvem.

Fria sensação
Olhos mareados, marejados.
Balançando contra o vento
Não se depositam nem na memória,
 nem no derramar alaranjado.

Um laranja de céu,
Enquanto eu sempre pensei que fosse terra.
É bom que seja assim,
De modo que a cor esteja fora de mim
E tão dentro da eternidade...

Serei eu sempre a pedra?
E o triste poente no mar?
Olhos negros, jovens, serenos
Pele, rosto, sensação e fim?

Não sinto o que sinto
Nem sei o que sou
Num segundo, viver é como um gosto forte de bebida quente,
Amarga, doce sensação de prazer temporário
Despregado das águas alaranjadas...

Começou com um poente
Um desapego afagado em mim.
Termina com uma cadência incompleta
Um acorde soando sem fim.

Tema e desenvolvimento
Caos e perturbação
Avalanche, estar ausente
Do chamado coração.

Pedi eu para estar aqui?
Não, só pedi para ser aqui.
Não está sendo suficiente.

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