quarta-feira, 18 de dezembro de 2013


Conexão inútil com o escuro


Descobri que quero a noite pra mim
Um escuro que me adormeça de olhos abertos
Não quero mais ter que esperar por um alívio sorrateiro
Que nunca vem.

Viajo pelos 365 dias, como se fosse antes,
E hoje, já é um amanhã vazio.
Vertigem da maré que resolveu sair pelos olhos.

Não se mobilize pelo meu pesar,
Pesa que estes meus olhos não sejam os teus.
Pesa-me sobre todo o corpo.
Suas manhãs marejadas que não tiveram motivo pra nascer.

Luz sobrescrita nas telas de um jardim
Espasmos silenciosos de planta que desabrocha e não nasce.
Qual será o som que resvala de suas entranhas?

Simplesmente o caos.
O barulho da intromissão dos atos nos acontecimentos.
Acontecendo, impede de agirmos.

Tuas palavras finas e grossas,
Soam como um chacoalhar de sementes num campo parvo,
Inútil, infértil.

Conexão inútil com o escuro.
Viestes me defender do improvável em mim.
Sempre apareces sorrateira,
Para que eu nunca mais deixe de fechar os olhos ao adormecer.


Nenhum comentário:

Postar um comentário