Poema de outono
Se um dia minha voz te chamar por dentro,
por favor, não escute.
Finja que o sereno sopra no ouvido uma réstia de memória
Restará você e sua história, disputa descabida.
Só permita um pequeno sussurro,
nada tão grande, que apavore.
Nem uma récita, ou um conversatório.
Apenas um relance, meia palavra, depois uma pausa.
Se você ouvir minha voz embrenhar-se pelo emaranhado de palavras finas,
Por favor, não escute.
Sou eu dando corpo ao que não existe.
Um pequeno poema, um verso atoa.
Uma voz ecoa, no silêncio vive.
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